Varig, a estrela brasileira
Na edição de hoje: Andrew Mellon: o empresário norte-americano que você ainda não conhece; a empresa gaúcha que domina o agronegócio e Varig, a estrela brasileira.
“Em toda a minha vida, nunca conheci pessoas sábias que não lessem o tempo todo — nenhuma, zero.” — Charlie Munger
⏩ Curiosidades da semana:
⚡ Em 1965, a partir da necessidade de reidratar atletas de futebol americano na Universidade da Flórida, pesquisadores da Universidade criaram a bebida que ficou conhecida como Gatorade. O nome foi em homenagem aos “Gators” (nome do time da Universidade) e “ADE” que vem de limonada.
👠 Fundada em 1996 e conhecida por fazer sapatos sob medida para a Princesa Diana, a marca Jimmy Choo ficou mundialmente conhecida pelos seus sapatos e bolsas, se tornando um ícone em filmes e séries sobre moda, como Sex And The City e O Diabo Veste Prada.
🏦 Andrew Mellon: o empresário norte-americano que você ainda não conhece
Andrew William Mellon foi um dos empresários e políticos mais influentes da economia norte-americana. Nos anos 1920, sua fortuna era estimada em cerca de US$ 600 milhões, o colocando no ranking das pessoas mais ricas dos Estados Unidos. Com um faro sobrenatural para negócios, Mellon montou um império financeiro que o colocou no seleto clube dos titãs da era industrial, ao lado de grandes nomes como Rockefeller e Ford.
A família Mellon desembarcou nos Estados Unidos em 1818, vinda do norte da Irlanda. Andrew começou a trabalhar cedo ao lado do pai, Thomas, e do irmão, Richard, no banco da família, o T. Mellon and Sons, que logo se destacou como um dos principais financiadores da industrialização na região. Mais tarde, ele renomeou a T. Mellon & Sons como Mellon National — sim, essa foi a origem do atual BNY Mellon.
Andrew, por sua vez, passou a ter o controle do banco em 1882 e também expandiu seus investimentos para setores como alumínio, petróleo, aço e carvão. Ele foi fundamental na criação de empresas como a Alcoa e a Gulf Oil.
Em 1921, o presidente Warren G. Harding nomeou Mellon como Secretário do Tesouro dos EUA. Ele continuou no cargo sob os presidentes Calvin Coolidge e Herbert Hoover, tornando-se o segundo secretário do Tesouro com mais tempo de serviço na história americana. Durante seu mandato, Mellon implementou políticas fiscais que reduziram significativamente os impostos e a dívida nacional, contribuindo para o boom econômico dos anos 1920.
No entanto, sua reputação sofreu um duro golpe após o crash da bolsa de 1929 e o início da Grande Depressão. Mellon, que se opunha à intervenção direta do governo na economia, foi criticado por sua abordagem conservadora durante a crise. Em 1932, ele deixou o cargo de secretário do Tesouro e foi nomeado embaixador dos EUA no Reino Unido, cargo que ocupou por um ano.
Apesar dos altos e baixos em sua carreira política, Mellon deixou um legado duradouro na filantropia e nas artes. Ele doou uma coleção de arte avaliada em 25 milhões de dólares ao governo dos EUA e contribuiu com 15 milhões para a construção da National Gallery of Art em Washington, inaugurada em 1941.
Além disso, Mellon fundou, junto com seu irmão Richard, o Mellon Institute of Industrial Research em 1913, que mais tarde se fundiu com o Carnegie Institute of Technology para formar a Carnegie Mellon University.
Andrew Mellon faleceu em 1937, mas seu impacto na economia, na política e na cultura americana perdura até hoje. De banqueiro astuto a político controverso, Mellon deixou lições valiosas sobre liderança, responsabilidade e legado.
🚜 A empresa gaúcha que domina o agronegócio
Há mais de 60 anos, a Stara se destaca como uma das líderes na fabricação de máquinas e implementos agrícolas no Brasil. A trajetória da empresa teve início no período pós Segunda Guerra Mundial, quando Johannes Bernardus Stapelbroek, temendo pelo futuro de seus filhos diante da instabilidade na Europa, resolveu emigrar da Holanda em 1949.
Após uma jornada de quatro semanas, ele e sua família chegaram ao Brasil, estabelecendo-se primeiramente em Holambra, no estado de São Paulo. No entanto, foi em Não-Me-Toque, no interior do Rio Grande do Sul, que a verdadeira história da Stara teve início.
Em 1953, Johannes se associou a Gerrit Jan Rauwers para fundar a Stapelbroek Rauwers & Cia Ltda, uma pequena oficina dedicada à manutenção de máquinas agrícolas europeias. A empresa continuou a se desenvolver até que, em 1960, as famílias decidiram encerrar a sociedade. A partir daí, surgiu oficialmente a Stara, agora sob a liderança de Johannes e de seus filhos — Johannes, Franciscus e Harrie — com o objetivo de fabricar suas próprias máquinas.
Já na década seguinte houve a virada de chave: as capinadeiras e grades desenvolvidas pela empresa impulsionam sua expansão e, em 1978, a Stara se muda para um novo parque fabril de 8.000 m². Esse crescimento permitiu atender à crescente demanda dos agricultores e abriu caminho para o desenvolvimento de novas soluções.
Nos anos 1980, a Stara quase fechou as portas por causa de empréstimos atrelados ao dólar. Mas graças à gestão ousada de Franciscus (o "Seu Chico"), a empresa deu a volta por cima e voltou a inovar. Novos produtos ganharam espaço no mercado nacional, colocando a marca como referência no setor.
Já nos anos 2000, a empresa iniciou um novo capítulo com o desenvolvimento de soluções próprias em Agricultura de Precisão. Com o lançamento do Topper 5500, a Stara passou a integrar tecnologias inteligentes ao maquinário agrícola, sendo a única empresa brasileira do agronegócio a desenvolver tecnologia própria nessa área.
Hoje, a Stara exporta para mais de 35 países, com presença nos cinco continentes. Mantendo os valores da família fundadora, a empresa leva inovação e produtividade ao campo. Sua matriz permanece em Não-Me-Toque (RS), com filiais em Carazinho, Santa Rosa e na Argentina.
Com mais de seis décadas de história, a Stara possui um portfólio robusto em pulverização, plantio e distribuição. Em 2024, a empresa registrou um faturamento de R$ 3 bilhões, valor inferior ao de anos anteriores em decorrência de um cenário de mercado desafiador para o setor de máquinas agrícolas. De todo modo, a Stara se consagra como uma das maiores empresas de máquinas e implementos agrícolas da América Latina
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✈️ Varig, a estrela brasileira
Se você já ouviu o jingle “Varig, Varig, Varig” ecoando na cabeça, é sinal de que viveu uma era em que voar era quase um evento social. Fundada em 7 de maio de 1927, em Porto Alegre, pelo alemão Otto Ernst Meyer, a Viação Aérea Rio-Grandense começou com um hidroavião Dornier Do J, carinhosamente apelidado de "Atlântico", que fazia a rota entre Porto Alegre e Rio Grande.
A partir da década de 1930, a Varig deu início à sua expansão com a aquisição de aeronaves como o Junkers A-50 Junior e o Junkers F.13, os primeiros modelos com trem de pouso. Entre os anos 1920 e o início da década de 1940, sob a liderança de Ruben Berta, a companhia deixou de atuar apenas em rotas regionais e passou a ampliar suas operações para o Centro-Oeste e parte do Nordeste do Brasil.
Em agosto de 1942, a Varig realizou seu primeiro voo internacional, conectando Porto Alegre a Montevidéu com um De Havilland DH-89 Dragon Rapide. A partir de 1946, a companhia viveu sua fase de maior expansão, impulsionada pelo fim da Segunda Guerra Mundial, quando aviões como o Douglas DC-3 e o Curtiss C-46 foram adquiridos a preços acessíveis.
Esses modelos, que operaram até a década de 1970, permitiram à empresa ampliar suas rotas, alcançando até aeroportos remotos do Nordeste. Em 1955, com a chegada dos primeiros Lockheed Constellation, a Varig inaugurou sua rota mais longa até então: Porto Alegre a Nova Iorque, com escalas em São Paulo, Rio de Janeiro, Belém e Santo Domingo.
Nos anos dourados, entre as décadas de 1960 e 1980, a Varig era o orgulho nacional nos céus. Com uma frota que incluía Boeing’s 707 e 747, a companhia voava para todos os continentes, algo inédito para uma empresa brasileira. Nesse período, a Varig foi uma das maiores e mais conhecidas companhias aéreas privadas do mundo, sendo comparada diversas vezes com a Pan American World Airways, a maior companhia aérea do mundo na época.
Na época, a Varig não era apenas mais uma companhia aérea que circulava pelos céus. A Varig representava a nação e tinha um compromisso muito forte com a população brasileira. Contudo, a partir dos anos 1990, a empresa começou a enfrentar turbulências financeiras.
A abertura do mercado, a concorrência acirrada e decisões administrativas questionáveis colocaram a empresa em rota de colisão. Em 2005, entrou em recuperação judicial, e em 2006, seus ativos foram vendidos para a Gol Linhas Aéreas. A marca Varig ainda sobreviveu por um tempo, mas em 2010, a falência foi decretada.
Apesar do fim, a Varig deixou um legado que vai além dos céus. Foi pioneira em muitos aspectos e estabeleceu padrões de excelência que ainda hoje são referência. A Varig foi mais do que uma companhia aérea, foi um símbolo de um Brasil que sonhava alto.
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O livro Elon Musk, de Walter Isaacson, é uma biografia reveladora que explora as complexidades da mente e da trajetória do empresário por trás da Tesla, SpaceX e outras iniciativas audaciosas. Fruto de dois anos de convivência direta com Musk, a obra mostra como sua infância marcada por traumas, especialmente a relação difícil com o pai, moldou um perfil ousado, impulsivo e obcecado por controle.
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