Pedro Franceschi: Por que a Brex não contrata mais “gestores”
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À medida que crescem, muitas empresas começam a encher seus quadros com “gestores” — pessoas que passam a maior parte do tempo em reuniões e preenchendo relatórios, mas se distanciam do trabalho real que move a empresa. Para Pedro Franceschi, fundador da Brex, esse é um erro que custa caro.
Um dia, ele decidiu listar todos os líderes que deram certo e os que não deram certo na Brex.
“Eu estava tentando descobrir o que realmente previa o sucesso de um líder.”
Ser obcecado pelo cliente? Importante, mas não garantia de sucesso. Saber motivar pessoas? Importante, mas não garantia de sucesso.
O único traço que Pedro encontrou como determinante foi a capacidade de operar em todos os níveis. Um líder que, mesmo no topo, entende profundamente o que acontece na linha de frente e os detalhes do trabalho.
“Não significa que eles vão fazer isso o tempo todo, mas significa que sabem exatamente o que faz alguém ser realmente bom naquilo.”
Na prática, é ter um CTO que de fato é um excelente engenheiro. Um Head de Design que sabe criar produtos incríveis. Um Head de Vendas que consegue, ele mesmo, fechar grandes contratos se for preciso.
“Se você não sabe identificar excelência porque não conhece o nível de exigência, não consegue construir um time excelente.”
Pedro explica por que a Brex decidiu eliminar o papel tradicional de “gestores”:
“Muitas empresas criam esse cargo de ‘gestor de pessoas’. É o Diretor de Engenharia que não sabe mais programar porque agora só gerencia pessoas. Nós eliminamos isso. No fim do dia, não tem como gerenciar pessoas se você está desconectado do trabalho. O que você está gerenciando, afinal, é o trabalho.”
Ele cita Jony Ive como exemplo:
“O Jony Ive não ficava apenas coordenando a equipe que projetou o iPhone. Ele estava lá, projetando o iPhone junto com a equipe. É simples, mas muda completamente a sua relação com o trabalho e com o que você entrega para o mundo.”
Pedro conclui:
“O que importa é: você sabe o que é excelência? Você consegue fazer? E consegue trazer as pessoas junto, mantendo um padrão alto em todos os níveis?”
Na Brex, liderar não é apenas ocupar um cargo. É saber fazer — e continuar fazendo — enquanto ensina os outros a fazerem bem feito.
Fundada em 2017 por Pedro Franceschi e Henrique Dubugras, a Brex virou um dos maiores cases do Vale do Silício, oferecendo cartões corporativos e gestão de despesas para startups e empresas em crescimento.
Em 2022, a fintech foi avaliada em US$ 12,3 bilhões e segue como referência de cultura e execução em um mercado cada vez mais competitivo para fintechs nos Estados Unidos.
Entrevista completa:
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Histórias como a da Brex mostram que, no fim, o que constrói empresas extraordinárias não são cargos ou títulos, mas pessoas que sabem fazer o trabalho de verdade — e continuam aprendendo enquanto fazem.
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