Georgios Frangulis: o nome à frente da Oakberry
Na edição de hoje: Liquid Death: a marca de água mineral de US$ 1,4 bi; quando as gigantes falham em inovar e Georgios Frangulis: o nome por trás da Oakberry.
“Em toda a minha vida, nunca conheci pessoas sábias que não lessem o tempo todo — nenhuma, zero.” — Charlie Munger
⏩ Curiosidades da semana:
🍫 O nome da Häagen-Dazs, icônica marca de sorvetes, não tem nenhum significado real em nenhuma língua. Criada em 1961 por Reuben Mattus, um imigrante judeu-polonês nos EUA, ele apenas queria um nome que soasse “sofisticado e europeu”.
🛡️ A UnitedHealth Group é a maior companhia de seguros de saúde do mundo com base em receita e valor de mercado. A empresa possui receita anual superior a US$ 370 bilhões e mais de 150 milhões de clientes em todo o mundo.
💧 Liquid Death: a marca de água mineral de US$ 1,4 bi
Cerveja ou energético? Nada disso! A Liquid Death, ou “morte líquida”, é uma empresa de água mineral fundada em 2018 por Mike Cessario em Los Angeles, nos Estados Unidos. A lata, preta ou branca com uma caveira desenhada e o nome em letras afiadas, nasceu com o objetivo de criar uma disrupção visual no mercado de água mineral. Mike, ex-diretor criativo da Netflix, viu uma oportunidade onde ninguém observava: vender água, mas de uma forma diferente.
A ideia nasceu de uma frustração e uma observação. Nos bastidores de festivais de música e shows de rock, Mike notou que bandas e artistas, em vez de tomar cerveja o tempo todo, muitas vezes optavam por água. Mas ninguém queria subir no palco com uma garrafinha plástica comum. Então, Mike se perguntou: e se existisse uma marca de água que tivesse o visual e a linguagem de uma banda de metal?
Assim nasceu a Liquid Death — com o slogan provocativo “Murder Your Thirst”, ou “mate a sua sede”. A proposta era simples: vender água de altíssima qualidade (vinda dos Alpes austríacos, no caso da versão mineral) em latas de alumínio, mais sustentáveis que o plástico. Só que, mais do que um produto, a Liquid Death vende atitude. Ela não quer ser vista como uma água premium. Ela quer ser uma marca de entretenimento.
Para isso, a marca destina suas campanhas de comunicação para um público-alvo jovem e cansado das marcas tradicionais. As latas estão em palcos, podcasts, prateleiras de supermercados e academias. Recentemente, a Liquid Death expandiu o portfólio com versões com gás, sabores e até chás com cafeína.
O resultado desse branding fora do comum é surpreendente: em poucos anos, a Liquid Death se transformou em uma das marcas de bebidas que mais crescem nos Estados Unidos. Em 2024, foi avaliada em mais de US$ 1,4 bilhão, atraindo grandes fundos de investimentos.
O mercado de água mineral é gigantesco. A história da Liquid Death prova que é possível se diferenciar mesmo em um segmento tradicional. E nesse sentido, a marca de Mike Cessario não vende só água: vende pertencimento, irreverência e uma boa dose de caos.
👟 Quando as gigantes falham em inovar
Em 1989, a Nike decidiu ir além do que o mercado de tênis esportivos conhecia até então. Inspirada pelo sucesso da linha Air Jordan e pela necessidade de manter seu domínio nas quadras, a marca lançou o Nike Air Pressure, um modelo tão ousado quanto ambicioso.
Seu design futurista, a tecnologia incomum e o próprio nome carregavam uma promessa: controle total da pressão de ar no amortecimento, ajustável pelo próprio usuário. Só que, ao contrário do que se esperava, o modelo não decolou comercialmente.
O Air Pressure foi a resposta direta da Nike ao avanço da concorrente Reebok, que estava prestes a lançar seu próprio sistema de inflar o tênis — o The Pump. Mas, em vez de embutir a bomba no calçado, como fez a Reebok, a Nike optou por um caminho mais radical: a bomba era externa. Desse modo, o tênis vinha com uma maleta de plástico duro — assim como na foto disposta logo acima — que guardava a bomba de ar manual, com a qual o usuário podia calibrar a pressão interna do colar inflável no tornozelo.
Esteticamente, o Air Pressure era robusto, com cano alto, visual técnico e uma presença quase industrial. Porém, o visual agressivo afastava o consumidor comum, o sistema de inflação exigia tempo e cuidado e a ideia de carregar uma maleta para ajustar o tênis era um tanto inusitada. Por mais que fosse inovador, o modelo esbarrou na realidade do mercado: custava caro, era difícil de operar e parecia complexo demais para o uso diário.
A Nike, acostumada a lançar ícones com narrativas fortes e apelo aspiracional, não conseguiu posicionar o Air Pressure com clareza. Faltou uma figura carismática (como Jordan) para sustentá-lo nas quadras, e o tênis não ganhou o respaldo necessário dentro da NBA. Como resultado, teve uma distribuição limitada e desapareceu das prateleiras com mais rapidez do que se esperava.
Ainda assim, com o passar dos anos, o Air Pressure ganhou um novo status. Ele se tornou um objeto de culto entre colecionadores e entusiastas. Hoje, ele representa um momento em que a Nike testou os limites. Em 2016, quase três décadas após o lançamento original, a Nike relançou o Air Pressure em edição limitada. O público-alvo não eram atletas, mas sim os colecionadores e amantes do design retrô.
Apesar disso, o tênis simboliza o risco criativo, a tentativa de transformar tecnologia em desejo e a linha tênue entre inovação e exagero. E se você quer aprender como as grandes empresas moldam suas decisões de forma assertiva, acesse a Comunidade do Curioso Mercado.
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🫐 Georgios Frangulis: o nome à frente da Oakberry
Em meio às avenidas agitadas de São Paulo, um jovem de ascendência grega começava a trilhar um caminho que transformaria um fruto da Amazônia em símbolo global de lifestyle saudável. Nascido em 1988, Georgios Frangulis fundou a Oakberry em 2016 — uma marca de açaí que, hoje, está presente em quase 50 países e conquista clientes ao redor do mundo.
Formado em Direito pela FAAP, Georgios nunca se sentiu atraído pela rotina jurídica. Antes de criar a Oakberry, mergulhou em outros negócios, errou, aprendeu e voltou ao jogo com mais clareza. Durante uma temporada na Califórnia, percebeu uma lacuna entre o desejo global por alimentação saudável e a forma como o açaí era comercializado.
Em 2016, mesmo enfrentando um diagnóstico de tumor na tireoide e uma cirurgia delicada, não adiou seu plano. Pouco depois, inaugurou a primeira loja da Oakberry nos Jardins, em São Paulo. O conceito era direto: fast-food saudável, com padrão de qualidade, estética moderna, ingredientes 100% naturais e uma operação eficiente, pensada desde o início para franquias. O nome “Oakberry” — união de força (“oak”, carvalho) e natureza (“berry”, fruto) — sintetiza bem a marca globalizada que ele queria construir.
A resposta do público foi imediata. Em poucos meses, a Oakberry virou um fenômeno. Em poucos anos, uma multinacional brasileira. A marca ultrapassou fronteiras com uma velocidade raramente vista: são mais de 700 unidades espalhadas pelo mundo. Frangulis tornou a sua marca mais do que uma simples loja de açaí, mas também uma grife saudável que dialoga com quem busca praticidade, estética e bem-estar.
A marca cresceu tanto que hoje patrocina grandes eventos esportivos e entrou para o portfólio de grandes fundos de investimento, após uma captação de US$ 67 milhões. Hoje, Frangulis é mais do que um empresário de sucesso — é o arquétipo do empreendedor do século XXI: global, conectado, com propósito claro e identidade forte. A Oakberry nasceu de sua visão e resiliência, mas cresceu com base em estratégia, consistência e paixão.
E se você quer saber nos mínimos detalhes sobre como o açaí e a Oakberry conquistaram o mundo, assista ao vídeo ao final da newsletter que produzimos especialmente para contar essa história.
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